Primeiramente é importante entendermos que, individualismo não é igual a egoísmo, e muitas pessoas confundem esses dois conceitos. O egoísmo pode ser descrito como um defeito moral. Nele, o indivíduo toma todas as atitudes em função de favorecimento próprio, apenas é ele quem importa.

No individualismo, o indivíduo coloca a sua ideia em primeiro lugar, ou seja, ele é um ser que vive em sociedade, que entende as “regras” impostas pela sociedade e as comunidades, porém, segue a sua própria opinião.

A questão do individualismo pode ser analisada a partir de dois pontos de vista. 

O primeiro deles é o individualismo como provedor de liberdade. 

Há quem diga que essa liberdade é velada, afinal, a pessoa tem liberdade apenas até certo ponto. No momento em que o outro usa da sua própria liberdade, a minha tem um limite. Mas, basicamente, a decisão de não seguir um padrão social é uma forma de liberdade, especialmente de liberdade de expressão.

E é a partir dessa concepção, que o sujeito vai em busca dos seus objetivos, das suas metas, e dos seus sonhos. Ele entende que vive em sociedade, respeita o próximo, a opinião do outro, o espaço do outro, e todas as diferenças. Na verdade, dentro desse nível de individualismo, as opiniões são respeitadas e o indíviduo entende que, isso faz parte da busca individual de cada um, da sua construção.

Nem sempre foi assim, por muitos anos a sociedade viveu sob os regimes rigorosos da igreja, e ninguém podia ousar dar a sua própria opinião, sua função era apenas seguir as regras. Pensar era artigo de luxo, imagine pensar em si mesmo.

No entanto, por outro lado, temos um individualismo generalizado, que é caracterizado por pessoas que só pensam em si mesmo, que não se importam com os impactos das suas ações, na vida de outras pessoas. 

Seu principal objetivo é lucrar, é ter mais, é ser melhor, é conquistar mais e mais. Essa pessoa precisa ser a melhor, e precisa ser vista e reconhecida como a melhor. Esse lado do individualismo cria uma sociedade competitiva. Cada um só quer defender a sua ideia, não há diálogo, não há interesse em aprender nada com o outro, e, por vezes, também não há respeito às diferenças.

Por fim, fica um ponto a se pensar. 

O ser humano é, por natureza, um ser social e individual. Ninguém pensa só no coletivo, e poucas são as pessoas que pensam só em si mesmas – normalmente esse pensar apenas em si mesmo vem acompanhado de algum transtorno psicológico. 

Nós vivemos hoje uma ideia atual do individualismo, que está intrinsecamente associada ao capitalismo, mas poucas pessoas conseguem perceber isso de forma clara. Nós consumimos produtos oferecidos pela mídia, para conquistar a tão sonhada liberdade e felicidade. 

Mas se precisamos consumir para sermos felizes, estamos de fato sendo individualistas, ou apenas capitalistas? Deixe o seu comentário!